domingo, outubro 30, 2005

"Setecentas e oitenta e três coincidências podem acontecer em qualquer lugar..."


Taí um termo que sempre me fascinou. Muitas pessoas supervalorizam as coincidências que acontecem em nossas vidas. Uma parte valoriza tanto que passa a não acreditar em sua existência, querendo de alguma forma dar alguma lógica a algo completamente desprovido de sentido. Não é irônico?

Eu desde muito cedo achava graça dessas pessoas supersticiosas que valorizavam esses acontecimentos fortuitos, sendo, portando, aquela criança que sempre reagia com ceticismo e fazia troça destes acontecimentos -- analisando a questão por esse ângulo, não chega a ser surpreendente que eu tenha me tornado ateu ainda bem criança...

Entretanto, sempre entendi os mais sonhadores que pensavam algo do tipo "Ora, o acaso existe e, se existe alguma regra intrínseca que administra o que se sucede, afinal de contas, até mesmo o caos é determinístico, por que não há algo maior que pré-defina um acontecimento que nós, displicentemente, chamamos de coinciência?". Embora nunca tenha parado pra pensar exatamente em uma contra-argumentação -- a grande maioria das pessoas que pensam assim não merecem o meu dispêndio de energia e tempo para convencê-las de que estão enganadas --, sempre tinha algo mais ou menos formatado em minha mente com relação a esse assunto. Isso até me deparar com o seguinte trecho do livro A Insustentável Leveza Do Ser:

Nossa vida cotidiana é bombardeada de acasos, mais exatamente de encontros fortuitos entre as pessoas e os acontecimentos -- aquilo que chamamos de coincidências. Existe co-incidência quando dois acontecimentos inesperados acontecem ao mesmo tempo, quando eles se encontram: Tomas aparece no restaurante no momento em que o rádio toca Beethoven. Na sua imensa maioria, essas coincidências passam completamente despercebidas. Se o açougueiro da esquina tivesse vindo sentar-se à mesa do restaurante em vez de Tomas, Tereza não teria notado que o rádio tocava Beethoven. (Se bem que o encontro de Beethoven com um açougueiro seja também uma curiosa coincidência.) Mas o amor nascente aguçou a percepção da beleza, e ela jamais esquecerá essa música. Toda vez que a ouvir, tudo o que acontecer em torno dela, nesse momento, ficará impregnado com o seu brilho.

Incrível como o Milan Kundera, nessa belíssima passagem do livro, traduziu tudo aquilo que sempre pensei a respeito do tema.

Acredito que era mais ou menos isso que o Roberto Bolaños também tencionava dizer com o seu personagem Chapolin Colorado, na frase que dá título a este post -- que é do episódio das pedras voadoras, provavelmente o mais antológico de toda a série --, embora o Kundera tenha sido mais eloqüente.

E tenho dito!

sexta-feira, outubro 28, 2005

Quem disse que um mundo povoado por idiotas não pode ser maravilhoso?



Dias desses eu e Lipinho conversávamos a respeito de atendentes chatos de telemarketing. Na conversa ele me contou em como havia recentemente se divertido com uma dessas vendedoras em uma tentativa infrutífera de venda do servíços de uma marca de cartão de crédito.

Pois bem, estava eu hoje em casa quando meu pai me passa o telefone. Já olhei de cara feia, pois raramente me ligam naquele número, e, 97,26% das vezes são pessoas chatas tentando me vender assinaturas de jornais, revistas, e, obviamente, cartões de crédito. Meu pai, sem noção como só ele, faz questão de me passar todas as ligações sem ao menos saber do que se trata -- inclusive muitas vezes me acorda para atendê-las!

Meu semblante notadamente se tornou de uma pessoa com muito ódio quando comecei a ouvir aquele maldito roteiro cheio de gerundismos que os operadores de telemarketing seguem. Subitamente minha expressão de raiva começou a transmutar em algo que acredito ser um mix de felicidade e maldade, o que resultou em um sorriso demoníaco em meu rosto. Abaixo mais ou menos o diálogo que se deu:

- Boa tarde. Meu nome é Fulana e eu trabalho na Sem Noção Card e estamos entrando em contato por estarmos vendo que o senhor está possuindo uma excelente relação comercial na praça.
- Sim...
- A Sem Noção Card vai estar oferecendo um cartão com limite infinito que já vem pré-aprovado em que o senhor pode estar assinando por apenas...
- Err... Só uma dúvida antes.
- Pois não?
- Meu nome já saiu do SPC?
(pausa dramática enquanto a mulher do outro lado da linha começa a murchar)
- Não senhor, aqui não é do SPC. É da Sem Noção Card que está estando com uma promoção...
- Sim, eu entendi. Só quero saber se meu nome saiu do SPC ou se eu posso fazer o cartão mesmo estando com o meu nome no SPC.
- A Sem Noção Card agradece pela atenção. Tenha uma boa tarde.


Fiquei extremamente frustrado, pois não pude fazer como um gato que brinca durante horas com uma barata. Mas mesmo assim valeu e muito. Depois dessa já elaborei uma grande lista de roteiros pra conversar com atendentes de telemarketing, lista essa que fica pendurada ao lado do meu monitor.

Dentro em breve transformarei o próximo atendente de telemarketing da Editora Abril que ligar pra cá em voluntário de um Grupo de Suporte a Vida com o meu texto de depressivo suicida.

sábado, outubro 22, 2005

Pode o quê??



Eu não me canso de dizer que a internet é uma das 3 maiores inveções de todos os tempos -- a saber: 1º o controle remoto, 2º a internet e 3º o parafuso...

Voltando... Bem, considero também a internet o briquedo mais foda de todos -- não se iludam, a internet é um brinquedo. Meio de comunicação, comércio e repositório de pornografia são apicações menos nobres da grande rede mundial. Mas o que faz da internet ser tão cool? Exatamente a capacidade mutante inerente a ela. É um brinquedo polimorfo que, quando vc já está enjoado, ou prestes a enjoar, se transforma em algo completamente diferente.

ICQ, MSN, Skype, Google, MP3, DivX, Blog, Flog, All Tv, IMDB, Kazaa, eMule, SoulSeek, Azureus... A última coisa que anda atraindo minha atenção é o tal do Podcast. um neologismo. Ok, Podcast já não é novidade, mas três coisas me chamaram atenção pra ele: O Cinema em Cena lançou um programa bem legal em Podcast; o UOL tá disponibilizando praticamente todas as suas colunas do UOL News em Podcast; and at last, but definetly not least, a 97X começou a liberar os Loung Acts em Podcast!!! Vai ser foda poder ouvir de novo as apresentações de algumas bandas fodas e guardá-las!

Vida longa aos Podcasts!

Ah! Eu recomendo baixarem o Winamp novo que tem suporte nativo pra Podcast subscriptions na Library dele -- além de disponibilizar on demmand milhares de clipes maneiríssimos. Mas isso é assunto pra um outro post...

quarta-feira, outubro 19, 2005

O que diabos esse povo tanto fala no celular?!?



Estava eu no terminal rodoviário, voltando da faculdade. Logo duas figuras conversando chamam a minha atenção de tanto que gesticulavam. Em poucos segundos noto que era -- ou eram, ainda não sei -- surdo e/ou mudo.

Até aqui nada de mais. Mas eis que enquando estou observando a dupla, um deles tira um celular e fica mostrando pro outro -- era desses celulares que têm câmera, ring tones polifônicos e, de tão modernos, até falam.

Pausa. Meu cérebro é invadido por uma torrente de pontos de interrogação. Pra que diabos um surdo/mudo precisaria de um celular?!?!? Ok. Alguns segundos de pane cerebral e logo cogito a hipótese que apenas um deles é desprovido de audição e/ou fala. Lêdo engano...

Mal eu fico aliviado ao ter descoberto a resposta para a dúvida mais esdrúxula de toda a minha existência e eis que o outro mudinho me tira um celular do bolso e começa a comparar com o do primeiro!

Porra, como se não bastasse um surdo-mudo com celular, eu me deparei com dois!! COMO ASSIM?

Há algo de errado no mundo. Só pode...

P.S.: Antes que algum engraçadinho venha falar dos torpedos eu aviso que também pensei nisso. Só não aceito isso como resposta. É absurdo demais.

quinta-feira, outubro 13, 2005

...e Luiz Alberto virou símbolo da causa.

Lembram do caso da Dell? Pois é, ainda tá rolando. Luiz Alberto saiu em uma mega foto e teve o seu nome citado na matéria d'O Globo que vcs conferem aqui. Pena que não tem a foto com a cara-de-mau que saiu na versão impressa.

Faz mal não. Olha ela aí:

Daqui a pouco DVD não dá conta...



Como qualquer criança nascida no final da década de 70, fui sempre tive fascinação pela televisão. Passava horas na frente daquela telinha assistindo as imagens formadas a partir do bombardeio de elétrons contra uma superfície coberta por fósforo e me deliciava com tudo aquilo.

Claro, adorava desenhos animados, mas sempre tive uma queda por seriados. Me lembro de muito novo ver I Dream of Jeannie e Bewitched. Pouco mais tarde convencionou-se chamar esses programas de enlatados americanos. Não sei pq diabos isso, será que eles vêm em latas pra cá? Anyway...

O tempo passou e depois de uma época áurea onde se podia ver os mais diversos seriados na tv, estes se tornaram escassos e foram substituído por uma programação de gosto duvidoso. O irônico disso tudo é que antigamente estes seriados é que eram acusados de baixar o nível de qualidade de nossa tv...

Tive que me contentar com poucos seriados. Lembro que programava o VCR pra gravar a programação da madrugada da Globo na esperança de pegar um ou outro episódio de alguma série utilizado como tapa buraco de programação. Claro que teve o período onde o X-Files era febre a minha adolescência onde a Globo exibiu aos trancos e barrancos Bervely Hills 90210. Aí veio a tv a cabo... No início era viciado em todas as séries da Sony, um canal que, mesmo depois que as séries que acompanhava foram acabando, era sempre o qual em que a tv ficava ligada.

Hoje em dia, o lance é baixar séries na internet. Lost, Desperate Housewives, The O.C., 24, Everybody Hates Chris, Grey's Anatomy, My Name Is Earl, Two And A Half Men, House, Prison Break... Ufa! Essas são as que eu lembro que acompanho, seja baixando ou pegando de amigos que baixam...

CD ficou pequeno e veio o DVD. Acredito que dentro de uns 2 ou 3 anos, DVD tb será insuficiente para arquivar a quantidade de informação catada na internet.

terça-feira, outubro 04, 2005

segunda-feira, outubro 03, 2005

Policialescas


Depois da chuteira de ouro do Ronaldinho, vem aí o fuzil de ouro dos traficantes cariocas




Bope apreende na Rocinha fuzil dourado de bandido ligado a Bem-Te-Vi

Extra

RIO - Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) apreenderam neste sábado um fuzil HK-G3 dourado na Favela da Rocinha. A arma estava em poder de um dos dois bandidos mortos pelos policiais na localidade conhecida como Terreirão. De acordo com o Bope, o criminoso era ligado ao bando do traficante Erismar Rodrigues Moreira, o Bem-Te-Vi.

Bem-Te-Vi tem por hábito mandar banhar a ouro suas armas prediletas, entre elas, um fuzil HK-G3, que o bandido costuma usar nos confrontos com a polícia.

Oito criminosos entraram em confronto com a PM. Além do fuzil dourado, foram apreendidos 75 cartuchos da arma e cerca de cem gramas de maconha. O registro policial foi feito na 15ª DP (Gávea).

Aí eu me pergunto: Se no referendo for aprovada a proibição de venda armas de fogo, objetos como esse serão classificados como arma ou jóia?

*****

Polícia em Pânico


A polícia continua investigando o roubo do dinheiro apreendido pela polícia que foi roubado da polícia.

O dinheiro roubado da polícia que tinha sido apreendido pela polícia, havia sido roubado por ladrões.

Com o sumiço do dinheiro roubado pelos ladrões e apreendido pela polícia, de dentro da sede da polícia, a polícia suspeita que os ladrões dos ladrões sejam membros da própria polícia!
Isto sim é um caso de polícia!

Pega ladrão!

Ótimo texto da Hosana Hermann que rolou ontem no quadro Os Piores Trocadilhos da Semana do Pânico.